quinta-feira, 4 de julho de 2013

Vida de cão, vida de gato

     Divagações caninas.

     Perdido em seus pensamentos, o Cão observava seu dono. Tão cheio de si, tão líder! O alimentava, o levava para passear, comprava brinquedos para ele e ainda o fazia carinho. Um vira-latas não podia querer mais nada na vida. E sua missão era fazer de tudo para deixar o humano satisfeito. Por exemplo, fazer o máximo de escândalo quando este retornasse para casa. Pular, lamber, abanar o rabinho. E o humano, mesmo cansado e estressado, dedicava atenção a ele. Era mesmo seu amado, seu dono! Como o adorava. Tentava com todos os seus esforços, fazer seus agrados para ele. Tinha pena do humano ter as patas sempre cobertas por aqueles sapatos que pareciam ser tão incomodos, por isso tratava de dar um fim neles. Seu dono não sofreria nunca mais! Lógico, na maioria das vezes ele não ficava muito satisfeito. Ficava bravo, falava umas coisas em tom alto que pareciam ruins, e o deixava de castigo lá fora. Isso o Cão nunca conseguiu entender. Só queria o bem do seu dono.
     Tirando esses episódios chatos, era feliz. Porém, as coisas começaram a ficar meio complicadas quando um intruso apareceu em seu território.
     Uma bola de pêlos intitulada como Gato.

     Divagações felinas.

     Perdido em seus pensamentos, o Gato observava seu novo humano. Assim como os outros, era um submisso. O servia das mais variadas formas: o alimentava, comprava brinquedos para ele, escovava seus pêlos, o acarinhava. Nada mais que a obrigação dele, oras! Sua missão era a mesma de sempre: dormir. Dormir, dormir e dormir. DE VEZ EM QUANDO, ronronava para o humano, pois achava graça da felicidade boba dele ao vê-lo fazer algo tão corriqueiro. E só pra descontrair, fazia um cocô em alguma parte surpresa da casa. Não ligava pra ira do seu humano depois. Deixava-o "falando sozinho" e ia beber o seu leitinho, relax. E quando o tédio era muito grande, seu passatempo era irritar o Cão. Sabia que este o detestava, pois tinha ciúmes do humano. Tsc, tsc, pobre cachorro bobo e possessivo.
     Enfim, era um gato feliz. Gostava daquela casa. Até simpatizava com o Cão, às vezes. E bom, estava aprendendo a gostar do seu novo humano de estimação... Mas só um pouco.

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